REMO E VELA
Na 1ª foto, podemos ver aquela que foi a «guiga» do Ginásio Clube da Torre do Tombo, na Praia das Miragens, tendo por fundo a ponte e a fortaleza, e completamente rodeada por amantes desta modalidade e curiosos. Entre os «remadores» e curiosos, podemos ver aqui, da esq. para a dt.: António Martins Nunes (Cowboy), Eduardo Lopes Braz, Jossé Ferreira, João Viegas Ilha, Velhinho, Mário Lisboa Frota (Mariuca), Virgilio Gonçalves de Matos e António Gonçalves de Matos (Sopapo). De pé, à esq. Olimpia Aquino, Marizete Veiga e em 1ª plano, Raquel Martins Nunes. Junto da ponte, sobressai por detrás dos ocupantes da «guiga»e junto ao guindaste da ponte, a vela de um «sharpie».
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Falando um pouco deste desporto, pela pena de Mário António Guedes da Silva:
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Falando um pouco deste desporto, pela pena de Mário António Guedes da Silva:
A navegação, tanto da parte dos primeiros colonos que do Brasil atravessaram o Atlântico corajosamente, na barca «Tentativa Feliz» e no brigue «Douro», em meados do século XIX, em 1849, como dos emigrantes algarvios que em barcos frágeis percorreram o caminho marítimo para Angola, para se fixaram no Oásis de Moçâmedes e ao angariarem o sustento de suas famílias, na segunda metade do século, marcou profundamente todos os que fizeram desta terra o seu habitat.
A pesca foi desenvolvida incomensuravelmente e os barcos de pesca, com as suas velas desfraldadas ao vento na barra circular da Angra do Negro, transmitiram seguros ensinamentos a uma população crescente, na sua maioria dedicada às lides piscatórias.
Portanto, a prática do desporto, na vertente «VELA», foi de fácil assimilação , obviamente, trazendo para o Distrito alguns títulos, tanto da classe de «sharpie 9m.» , numa primeira fase (década de quarenta), como da classe «Snipes», numa segunda fase (décadas de 50 e 60...).
Os respectivos velejadores desportivos pertenciam ao Centro Náutico da Movidade Portuguesa, instituição nacional, patrótica, cujo regulamento foi aprovado em 4 de Novembro de 1936 por decreto Nª 27301. Eram estudantes vinculados à Escola Prática de Pesca e Comércio do Distrito de Moçâmedes, estrelas de uma constelação imorredoura, tendo por instrutor, o líder dedicado, Emidio Cecilio Moreira.
As regatas eram normalmente realizadas na baía de Moçâmedes, com ventos moderados, nomeadamente aquando dos festejos tradicionais comemorativos da fundação da cidade, assistidas por numerosa população apaixonada, que se perfilava ao lingo da «Praia das Miragens».
Nas primeiras regatas, antes da utilização de sharpies e de snipes, defrontavam-se baleeiras de pesca não só de Moçâmedes como de Porto Alexandre. Alguns timoneiros destas evidenciaram saber e experiência, destacadamente Aníbal Nunes de Almeida, Virgilio Nunes de Almeida, João Lisboa, mas foi Virgilio o que mais títulos conquistou, na baleeira «Laura».
No concernente ao «sharpies», destacaram-se velejadores como Rogério Gomes Ilha, António Artur Ferreira (Penha), Mário José Sequeira de Melo, Cassiodoro Sequeira de Melo, Adélio, Mário António Gomes Guedes da Silva, Armando Guedes Duarte, Armando Ferreira Gomes e outros. São referidos, a seguir, os velejadores de «snipes», primeiramente de madeira e depois de fibra,: Fausto Ferreira Gomes, Leonel Matos Mendes, Fernando Matias, Heider Guedes Duarte, Mário Alexandrino Guedes Duarte e outros.
Mas o título mais honroso para Moçâmedes foi o alcançado no ano de 1956, em Luanda, em «snipes», por Fausto Ferreira Gomes, um assíduo vencedor, coadjuvado por Leonel Matos Mendes, numa regata em que participaram excelentes velejadores dos principais Centros de Vela angolanos - Luanda. Lobito, Benguela e Moçâmedes.
Na prática deste desporto foram sempre mantidas as vincadas dedadas do passado, apesar das mutações qualitativas dos equipamentos. impostas em nome do progresso. A virtude sempre imperou!
Relativamente à modalidade «REMO», o entusismo decrescia, já que existia somente três barcos, um do Independente de Porto Alexandre, mais leve, quase sempre vencedor, uma «guiga»do Ginásio Clube da Torre do Tombo e um «Yolle» do Centro Nautico da Mocidade Portuguesa.
Embora musculosos os respectivos remadores, a insuficiência de treinamentos adequado impediu o pleno sucesso das equipas respectivas, contudo, a rivalidade entre eles foi sempre notória, sob manifestações populares de simpatia.
Não havia condições, obviamente, de participar em grandes competições intra-muros, que eram então lideradas por tripulações do Lobito e de Luanda.
NATAÇÃO
Na foto, tirada em 1946, alguns dos nadadores moçamedenses. Em cima e da esq. para a dt.: António Martins Nunes (Cowboy) e Mário Lisboa Frota (Mariuca). Embaixo: Mário António Guedes, António Artur Ferreira (Penha) e António da Silva Braga (Braguinha). Como treinador, Joaquim Pereira Bajouca.
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Escreveu um dia, um jornalista credível e isento, que «Moçâmedes» é senhora da melhor praia de banhos de Angola, absolutamente isenta dos indesejáveis tubarões, bastante movimentada durante a época balnear, que se prolonga de Novembro a Abril temporada mais fértil em animadas diversões do que muitas praias de Portugal. Moçâmedes e Porto Alexandre têm um mar calmo e consistindo de tanta segurança que tem servido para amaragem de hidroaviões...
Assegurava, portanto, as condições ideias para aprendizagem de natação, na vasta extensã de praias de areia prateada (...) Por isso não era surpresa para os visitantes turistas que crianças de sete anos de idade já soubessem nadar, mergulhando das várias pontes (...) e atá da parte superior do guindaste existente no cais da alfândega usualmente utilizada do embarque e desembarque de cargas.
Ali se «fabricavam» promissores nadadores!
Mas os ténues recursos financeiros dos clubes da terra, aliados à realidade de então, da inferior rentabilidade resultante da utilização de eventual piscina, custa construção implicaria um custo elevado, compatível portanto, não incentivaram nunca, à realizarão desse desiderato. Além disso, a «Praia das Miragens»pela amplitude da sua natural plateia, melhor acolheria o público representado por milhares de espectadores, entusiásticos e emotivos. As prioridades recairam noutros investimentos, da parte da autarquia e das direcções dos Clubes...
E assim foi protelada, ano após ano, a construção de uma piscina olímpica onde se pudesse praticar provas, visando melhorar os índices j conseguidos.
Independentemente disso, os Clubes locais nao possuiam nas suas sessões de natação um tédnico-preparador à altura, que pudesse ministrar ensinamentos apropriados, visando tirar o máximo de proveito desta modalidade, configurado no aumento da capacidade respiratória, na flexibilidade da coluna e no fortalecimento do sistema nervoso. Cada um nadava a seu belo prazer, sem disciplina nem método, apenas preocupado em atingir os percursos no menor tempo possível.
Em casa de ferreiro, espeto de pau!
O mar estava à porta de casa desses nadadores incansáveis e era indiscutível a sua habilidade e apetência.
Isso bastaria, presumia. Todavia, eram atingidas boas marcas, considerando que as provas eram realizadas em «mar aberto» sem a protecção e os cuidados adequados que uma piscina e um bom técnico poderiam proporcionar.
A «NATAÇÃO» como desporto olímpico, está em evidência desde o ano 1896, tendo evoluído bastante no número de modalidades e estilos. Até 1908, ano em que foram construidas as primeiras piscinas, as provas vinham sendo realizadas em mar aberto, ou mesmo em rios como aconteceu no «Sena» em 1900. Moçâmedes ainda enfermava desse mal, de não ter dado as mãos à evolução desde 1908!
Em diversas gerações destacaram-se alguns nadadores, atletas de eleição, que a seguir são lembrados:
a) Classe feminina (100 metros livres)
Ruth Gomes, Semi Amaro, Hélia Paulo e outas.
b) Classe masculina:
- De fundo : Da praia do Cano à Praia das Miragens - 1000 metros-
António Braga, Manuel dos Santos (Cabouco), ambos do Ginásio Clube da Torre do Tombo
Renato Nunes da Silva e Sérgio Nunes da Silva, ambos do Sport Moçâmedes e Benfica
José Dolbeth e Costa (Chuva), do Atlético.
-De curtas distancias -100 metros-
António Martins Nunes (Cowboy), do Ginásio
Porfírio Ferreira, do Sporting
Rogério Gomes Ilha, do Sporting
Mário Andrade Vieira, do Atlético
Norberto do Vale Gouveia, do Atlético
Vicente Ferreira, do Benfica
Artur Paulo de Carvalho, do Sporting
Ermelindo da Costa Pacheco, do Independente
Angelino França, do Benfica
-Saltos acrobáticos:
Porfírio Parreira, do Sporting
Túlio Parreira, do Sporting
Romualdo Parreira, do Sporting
José Luis Pinto, do Sporting
CICLISMO :
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FOTOS:
1ª imagem: José Luis Ferreira Pinto, Albertino Marreiros e Gomes Luis, ciclistas do Sport Moçâmedes e Benfica, que se deslocaram a Portugal em representação da cidade de Moçâmedes, para participar em provas de ciclismo. (Foto: 2.10.1953)
2ª. foto: Corridas Em 14.09.1952.
Josá Luís Pinto e Francisco do Carmo ainda lideravam a corrida nesta altura.
3ª foto: Corridas Em 14.09.1952.
Emocionante chegada à meta, com o triunfo de Albertino Marreiros num sprint aplaudido pelos espectadores.
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No início da década de cinquenta, o Benfica de Moçâmedes foi o natural precursor na formação de uma equipa de ciclismo para o que contou com a orientação assegurada por dois experientes algarvios de Tavira - José Diogo Cavaco e António Cavaco - além do entusiasmo, trepidante embora, de alguns adeptos da modalidade.
Após um periodo razoável de preparação, realizou-se o «Primeiro Circuito de Moçâmedes», que galvanizou a cidade, saindo vitorioso o ciclista Albertino Marreiros, seguindo-se-lhe o promissor e polivalente desportista José Luis Pinto e Francisco do Carmo, inscritos no Sport Moçâmedes e Benfica, clube organizador.
Deu-se continuidade às competições internas de ciclismo, o suficiente para o amadurecimento daqueles atletas e de outros, com vista a posteriores eventos de mais destacada craveira. A oportunidade chegou célere, com a realização de uma corrida inter-cidades com partida de Sá da Bandeira e meta final em plena cidade de Luanda, num percurso superior a mil quilómetros. A poucas etapas do termo da corrida, a equipa moçamedense já conquistara a vantagem de duas horas sobre os seus mais directos adversários. quando surpreendentemente foi noticiado o abandono desses atletas, sob decepção geral.
Ardeu Troia! Até então quase toda a população acompanhava a evolução dos ciclistas da Terra, aplaudindo-os, já que era impensável o malogro. Mas o ciclismo moçamedense não foi denegrido, não obstante o sucedido. Teve continuidade durante alguns anos mais, mas a cicatrização da ferida demorou atá que supervisores e corredores se cansaram, em consequência da quebra de apoios. E faltou força motivadora, diga-se em abono da verdade. A marca do ciclismo de Moçâmedes ficou personalizada naqueles dois primeiros excelentes atletas: MARREIROS E PINTO.
GINÁSTICA
A Ginástica que advém da expressão grega " Gumnos" e significa "nu", é comprovadamente essencial para a obtenção progressiva de resistência à fadiga, para aperfeiçamento dos movimentos naturais e para o fortalecimento da musculatura, tendo em vista o apoio à prática de qualquer modalidade desportiva, quer por atletas do sexo masculino quer do sexo feminino.
Moçâmedes beneficiou, quase sempre, de bons professores de cultura física, a que corresponderam os seus desportistas voluntariosos.
No campo da "Educação Física" há que enaltecer a grande figura do Professor ANGELO MENDONÇA, diplomado pelo Ginásio Clube Português, por ter contribuido, indelevelmente para a valorização desportiva moçamedense. Partiu deste Homem a criação da primeira Escola de Cultura Fisica na cidade, vinculada ao Atlético Clube de Moçâmedes, na década de trinta, ministrando ensinamentos de grande valia às classes sob a sua supervisão. Foi mentor, igualmente, de várias modalidades, a que se dedicou entusisticamente no decurso de muitos anos. Com a sua partida de Moçâmedes, os desportistas do Atlético não o esqueceram.
Durante algum tempo a lacuna deixada não foi preenchida, até que no ano de 1939 foi criada uma nova escola de "ginástica artistica", de excelente nível por AUGUSTO QUENTAL DE MENESES, também formado no Ginásio Clube Português, em Lisboa, e cuja fixação em Moçamedes se deveu à influência de seu pai, que então exercia o cargo importante de Intendente do Distrito de Moçâmedes.
Este era o arauto do perfeccionismo, especialmente no exercício do trapézio, e, outrossim, noutras modalidades afins, como barra fixa, argolas, cavalo com alças, barras paralelas simétricas, assimétricas e trave de equilíbrio. A classe que orientava, cuadjuvado pelos irmãos Henrique, Rui e Armando, também experientes ginastas, abrangia homens e mulheres, em número elevado crescente, tendo atingido valor exponencial alto. Organizou saraus inesquecíveis, que mereceram rasgados elogios dos críticos e aplausos inesgotáveis da própria população, muito interessada no melhor desenvolvimento da sua prole. Este professor , "gentleman" mas impecável, - Augusto Quental de Meneses de seu nome -, chegou mesmo a formar uma equipa de basquetebol masculino, pra defrontar a do Sport Moçâmedes e Benfica, na altura treinada por Cecílio Moreira, de quem se desertará a seguir.
Ainda Jovem, EMIDIO CECILIO MOREIRA, então vinculado à Marinha Portuguesa, com destino à Capitania do Porto de Moçâmedes, campeão nacional de box, de peso médio, "aportou" em Moçâmedes no limiar da década de quarenta, ainda com acentuadas rosetas na face, indício indesmentível da sua proveniência, a Metrópole, como se dizia.
Em obediencia às exigências do "Desporto" no seio da "Mocidade Portuguesa" foi indigitado para monitor da instituição local, mormente na orientação das diversas classes de ginástica de apoio às escolas oficiais da ainda jovem e progressiva cidade.
O sucesso alcançado motivou a expansão da sua actividade, agora junto do Sport Moçâmedes e Benfica, como professor de ginástica das classes jovens - feminina e masculina- , por diligências do que foi Presidente consagrado do Clube, Luciano da Cruz Coquenão. Daí resultou a criação das equipas de basquetebol, inseridas nas classes já referidas, afectas à ginástica.
Dinâmico que era, Cecílio Moreira, conseguiu encetar novas secções dentro do clube, aproveitando a evolução do estado físico dos ginastas a seu cargo e adequando-os a cada modalidade. A imaginação daquele jovem instrutor foi persistentemente focalizada pela massa associativa do clube, que o respeitava pela sua personalidade, dedicação e proficiência, reflectidas nos resultados dos embates com equipas antagonistas de então.
No limiar da década de cinquenta, o Sport Moçâmedes e Benfica tomou a feliz iniciativa de implementar uma classe feminina de "ginástica no solo", com a proficiente direcção da professora "MADAME SIBLEYRAS", de origem francesa, com inscrição inicial de vinte atletas, mas com crescimento contínuo na medida em que os êxitos eram alcançados.
Madame Sibleyras chegou a criar outra sala, de "ginástica ritmica", de sua própria iniciativa, em face das preferencias de muitas jovens moçamedenses, tendo chegado a exibir-se, repetidamente, no palco do Cine Teatro de Moçâmedes. Este facto deu lugar a destacadas referências, numa conferência do médico, Dr. Rui Ferreira Coelho, e, 1955, na sede do Independente Sport Clube de Porto Alexandre, consagrada à "medicina desportiva". Insuperável dedicação a desta competente professora, que a imortalizou!
Em Porto Alexandre, então uma vila piscatória, a preparação dos rapazes e raparigas intensificou-se a partir do ano de 1955, com aulas regulares de boa ginástica, aos olhos de Rui Ferreira Coelho, médico conceituado, ministradas pelo professor VIRIATO MARQUES. Foi notória a elevação da qualidade do desporto alexandrense, em consequência da seriedade com que se cumpria o programa de ginástica no solo, com obervação e apoio dos dirigentes daquela prestigiosa colectividade.
A pluralidade de opções da juventude do Distrito - ginástica no solo, ginástica artística e ginástica ritmica - muito favoreceu o desenvolvimento do desporto na região.
Afinal, a ginástica é indubitavelmente o artífice da graciosidade dos movimentos no concernente ao sexo feminino, como generoso gerador do desenvolvimento do corpo masculino.
Por último, após ter-se tratado o cenário que a Moçâmedes diz respeito, é oportuno dizer algo sobre a "GINÁSTICA" no âmbito dos jogos olímpicos, a título meramente informativo, para se aquilatar da sua real importância:
- A ginástica é o motor das cerimónias de abertura dos Jogos Olímpicos, sem carácter competitivo, reconhecida como fundamental pela criatividade, plasticidade e expressão corporal aliada em sincronização de extenso número de participantes, enfim, pelo virtuosismo que encena.
- A "ginástica artística2 tornou-se desporto olímpico em 1896, há 108 anos, são para a classe homens, com a hegemonia das escolas alemães. porém, foi no ano de 1928 extensível às mulheres. Apenas a partir de 1952 é que as atletas do sexo feminino puderam exibir-se em todas as modalidades, já que anteriormente apenas tinham acesso aos exercícios combinados individuais, o salto sobre o cavalo, e exercícios no solo.
-Em 1952, a Russia evidenciou o seu poderio na modalidade, através do seu ginasta Viktor Chukarin, especialmente, que venceu quatro medalhas de ouro. No tocante à participação feminina, foi a russa Larissa Latynina, que obteve recorde absoluto de medalhas ( nove de ouro, cinco de prata e quatro de bronze).
-A "ginástica ritmica" desportiva, com bola, corda, arco e fitas, teve início em 1922, apenas para atletas do sexo feminino.
-Há dezasseis anos que Portugal não conseguia acesso aos jogos olímpicos, na "ginástica artística", regressando no ano 2004 através do ginasta Filipe Bezugo, nascido na Ilha da Madeira.
O somatório de êxitos de "DESPORTO" é devido à ginástiva, sobretudo. Há que render-se homenagem a "GUMNOS"!
TÉNIS DE MESA
O invento deve-se ao inglês James Gigg no ano de 1898. Foi no ano de 1900, entretanto, que em Inglaterra, com intuito comercial uma empresa implantou um "brinquedo" que proporcionou às crianças divertimento e encantamento, constituido por uma mesa, uma rede ao meio, uma pequena bola branca de celuloide e duas raquetas. Este brinquedo, a que foi dado a designação de "ping-pong" pelo som repetido produzido pela bola ao bater sobre a mesa, caiu em graça junto dos respectivos utentes e dada a imediata proliferação deste desporto, que passou a denominar-se "ténis de mesa" pela semelhança com o "lown-ténnis".
Rapidamente começou a ser praticado dos Estados Unidos da América, já em 1901, tornando-se extensivo a outros países dos Continentes Europeu e Asiático.
A Federação Portuguesa de Ténis de Mesa, foi fundada há sessenta anos, em 1944, quando a Federação Internacional já existia em 1926.
Até meados do século XX foi a Hungria a maior potência internacional desta modalidade e a partir daí dominaram os países asiáticos, especialmente a China que conquistou treze das dezasseis medalhas de ouro disputadas. Foi em Seul (Coreia) que se realizou o primeiro certame olímpico, em 1988.
Em Moçâmedes (Angola),foram organizados torneios de ténis de mesa a partir da década de quarenta, em consequência da influência de Abílio Gomes da Silva, filho da terra, que tinha no seu palmarés o título máximo português de campeão nacional. Era brilhante, esquerdino, invencível! Conseguiu formar um elenco extraordinário, representando o Sporting Clube de Moçâmedes, constituido pelo próprio, por Carlos Lopes Alves de Oliveira e Renato de Sousa; Roberto Martins do Atlético; Sousa Marques e Humberto Pinho Gomes, do Benfica, todos praticantes de bom nível.
Sendo uma modalidade restrita, seduziu apenas uma dezena de seguidores em Moçâmedes e, portanto, como seria de esperar não arrebatou o público, este mais afecto ao desporto colectivo. É que o "ténis de mesa" sempre foi tido como parente distante do "lawn-ténnis"...
ABíLIO GOMES DA SILVA foi o marco inesquecível do "ténis de mesa" no distrito de Moçâmedes e não só foi respeitado por antagonistas angolanos e nacionais!
BOX E ESGRIMA
Ao contrário do que sucedeu com a esgrima, a longevidade do box em Moçâmedes foi mais consistente. Nas décadas de vinte e trinta, já o box era praticado na bela cidade de Moçâmedes, ainda que empiricamente, pondo em pulvorosa os muitos adeptos fervorosos.
Esta modalidade esteve integrada nas sessões desportivas do Ginãsio Clube da Torre do Tombo. Os boxeadores que mais entusiasmaram o público foram OCHOA e FAQUINHAS, na modalidade de pesos super pesados, correspondente a mais de 91 quilos. Era técnica com força...
As respectivas sessões eram realizadas no palco do vetusto mas lindo Teatro Garrett, que na altura já albergava mais de quinhentos espectadores, entre plateia, camarotes e frisas.
Ochoa, experiente lutador, e Faquinhas, homem corpulento e impetuoso, eram adversários temíveis. Este último demonstrava a sua brutalidade colocando um barril com vinho (100 litros) sobre o balcão da tasca que habitualmente frequentava. O primeiro prélio estava anunciado, e poucos eram os que acreditavam numa derrota de Faquinhas. Era visível o receio de Ochoa, mas confiante e concentrado entrou no ringue, sob as cordas. O gongo tocou! Punhos fechados, olhos nos olhos, os primeiros toques eram de ensaio. O truculento Faquinhas quase derrubara o adversário na primeira tentativa a sério. Ochoa protegeu-se, fitando-o. o que se repetiu nas seguintes investidas de Faquinhas. O público aplaudia freneticamente. a casa estava lotada. Terminara o primeiro assalto, o segundo, e no terceiro Faquinhas já evidenciava sinais de cansaço. Foi quando Ochoa desferiu o golpe de misericórdia. Faquinhas tombou! KO impresionente. Foi um delírio!
A desforra foi aceite por Ochoa e no novo combate realizado algum tempo depois, antes que se repetisse a sua condição de vítima. Faquinhas derrubou o antagonista de forma visivelmente irregular. Imperou a trucul~Encia! Terminou tacitamente a luta!
Entretanto, na década de quarenta, de novo pela iniciativa do Sport Moçâmedes e Benfica, foi criada uma sessão de box supervisionada por Emidio Cecílio Moreira, ex-campeão nacional de peso médio. Muitos Foram os que se apresentaram aos primeiros treinamentos, mas, após uma filtragem consciente foram seleccionados os que melhores condições revelavam, técnicas e físicas. Dos que realizaram combates, são destacados os seguintes:
-Pesos leves (60 quilos)
Carlos Cachiço
Wilson Pessoa
-Pesos médios (75 quilos)
Ninica
Fernando Oliveira
Jaime Nunes de Carvalho
Tiago Costa
Foram levadas a efeito exibições memoráveis no recinto do clube, com razoável frequência, entre os executantes acima e outros eventuais desafiados, de outras procedências. Tiago Costa e Fernando Oliveira atingiram níveis técnicos relevantes, deslocando-se até, a outras regiões angolanas para disputa de títulos, também inesquecíveis.
Emidio Cecilio Moreira e José Pedro de Oliveira Júnior (Maboque) arbitraram alguns dos combates realizados.
Entretanto, com a ausência do treinador Emidio Cecílio Moreira verificou-se crescente desânimo, até que se deu a extinção total, já na década de cinquenta.
Moçâmedes tinha vocação para o desporto, mas o Box, tal como a Esgrima não sairam vitoriosos quando foi necessário esgrimir com outras modalidades desportivas colectivas. Foi irresistível!
O box foi introduzido nas Olimpíadas no ano de 1904. Em 1912, quando a Suécia foi anfitreã dos Jogos Olimpicos, proibiu a integração da modalidade, além de ter tentado essa restrição, em voto, realativamente aos futuros eventos.
7. BILHAR
Os clubes desportivos proporcionaram aos seus sócios e atletas a prática de jogos de bilhar, mas sem o carácter de competição inter-clubes.
No entanto, muitos foram os bilharistas que revelaram condições excepcionais ao "bilhar russo", entre os quais se destacavam; José de Mendonça Teles, Humberto Teles, Carlos Roberto Freitas de Sousa, Abílio Lisboa Lopes Braz, António Patrício Correia e outros.
Aos efeitos de suas tacadas, as bolas obedeciam como por magia!
Apenas por mera curiosidade, acrescenta-se que em meados do século XIX já se praticava este desporto. Originalmente as bolas eram de marfim, muito caro, considerava-se na época. Por isso, em 1869 o norte-americano Junh Wesley Hiatt, de Nova Iork, substituiu-as por outras de material económico, de sua produção, a celuloide. Contudo tal plástico possuia nitrocelulose (algodão, pólvora explosiva), que originava explosão quando batidas entre si com violência. Voltou-se ao uso do mármore, finalmente substituido por plástico do tipo não explosivo.
Retirado do livro "Memórias Desportivas do Distrito de Moçâmedes- Angola2 Autor: Mário António Gomes Guedes da Silva
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