FOTO; à dt, José Adriano (treinador), seguido de Arménio Jardim e à baliza Artur Trindade.
A MODALIDADE DE HÓQUEI EM PATINS EM MOÇÂMEDES
UM POUCO DE HISTÓRIA...
1. O surgimento da modalidade na Europa e em Portugal
Foi tardio o surgimento da modalidade de hóquei em patins no distrito de Moçâmedes.Nascida no Condado de Kent em Inglaterra entre 1908/1910, e dinamizada em Portugal com a Fundação da Federação Portuguesa de Patinagem em 1933, Angola já contava com a modalidade do hóquei em patins desde 1947, nas cidades de Luanda, Lobito, Benguela e Nova Lisboa, e, no período pós guerra, já a selecção portuguesa havia sido nos anos de 1947-1948-1949-1950, tetra-campeã do mundial de hóquei em patins, enquanto que Moçâmedes se deixara se atrasar por razões sobretudo de ordem económica.
Os clubes em permanente crise financeira e sem apoios das instituições oficiais, não possuiam fundos suficientes para avançar mais cedo para a construção de rinks, nem para a aquisição dos respectivos equipamentos cujos preços eram claramente incomportáveis para as suas posses. Restava a carolice de alguns adeptos e o esforço e dedicação dos seus atletas, aos quais se ficou a dever surgimento e o imparável desenvolvimento desta modalidade, no início da década de 50.
Segundo refere Mário António Guedes da Silva, num texto do seu livro de «Memórias Desportivas do Distrito de Moçâmedes -Angola»: «Decorria o ano de 1947, precisamente, quando num «boletim desportivo» editado pelo Sport Lisboa e Moçâmedes (assim denominado na altura), comemorativo do seu 11º aniversário, José da Cruz Almeida denunciou a presumível falta de criatividade dos dirigentes desportivos pondo em causa a inexistência de uma equipa de hóquei em patins, afastando-se desse modo de outros centros já acima referidos, nos quais a sua prática regular já havia sido difundida há algum tempo.
Avançados que estavam neste desporto, os respectivos jogadores haviam atingido satisfatório aperfeiçoamento técnico, prevendo-se distanciamento cada vez mais acentuado se não fossem tomadas imediatas medidas no sentido de uma breve iniciação no Distrito de Moçâmedes. Também a cidade de Sá da Bandeira foi englobada nesta crítica.
Na verdade Moçâmedes, que desde 1919 avançara noutras modalidades, tais como o futebol, com as equipas pioneiras do Independente de Porto Alexandre e do Ginásio Clube da Torre do Tombo, parecia alheada em relação à modalidade do hóquei em patins e tanto mais que a selecção portuguesa foi a primeira a ganhar o campeonato europeu e o campeonato do mundo, simultaneamente, mantendo-se por muito tempo como grande potência na roda deste desporto.
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O surgimento da modalidade de hóquei em patins de Moçâmedes aconteceu em 1951 através do Atlético Clube de Moçâmedes, e ficou a dever-se fundamentalmente a três grandes individualidades, personalizadas por José Adriano Borges, Raúll Radich Júnior (despachante oficial) e José Patrício Correia (industrial de pesca).
José Adriano Borges, o popular Zé Adriano, figura inigualável, amante do desporto -que ele próprio praticou nas modalidades de futebol, ciclismo, atletismo, caça submarina e hóquei em patins - levou o «bichinho» do hóquei, do Lobito para Moçâmedes, quando foi transferido dos Caminhos de Ferro daquela cidade para os Caminhos de Ferro de Moçâmedes. Zé Adriano não perdeu tempo. Habituado que estava às lides desportivas, e envolvido que se encontrava naquela modalidade, de imediato resolveu criar ali uma equipa de hóquei em patins. A escolha recaiu no Atlético, talvez por ser na altura o único clube da cidade a possuir um campo de jogos disponível, ainda que vocacionado para a praticava o basquetebol masculino, ou talvez por inclinação pessoal do Zé. E para incentivar a malta e a população em geral resolve reslizar um primeiro jogo de hòquei em patins em Moçâmedes convidando as equipas de hóquei em patins do Lobito Sport Clube (a antiga equipa do Zé) e a equipa da Mocidade Portuguesa de Sá da Bandeira por ocasião das festas da cidade, em Agosto de 1951. Na altura, o campo de jogos do Atlético não estava vocacionado para o hóquei em patins, mas apenas para o basquetebol masculino, e para que esse primeiro jogo pudesse ser realizado tiveram que ser improvisadas tabelas com blocos de cimento de construção civil, colocados à volta do campo. Este primeiro jogo realizou-se no dia 5 de Agosto de 1951, e o entusiasmo foi tal, que havia gente a assistir até em cima dos telhados e dos postes de electricidade.
Sobre estes jogos encontrei as seguintes referências no fio Okário em Sanzalangola (Net), de Zeca Araújo, que na altura fez parte da equipa de Sá da Bandeira : "...a equipa do Lobito chegou num Dakota e ficou hospedada no Hotel do Patalim ou Hotel Central e a equipa do Liceu Diogo Cão (MP) de Sá da Bandeira (Lubango), cujos jogadores foram transportados nas carrocerias de duas carrinhas e ficaram instalados no edifício do Cabo Submarino que ficava localizado a caminho da Aguada, no lado dt. Festejava-se nessa altura mais um aniversário da cidade, nesses dias de Agosto de 1951. Ganhou o Diogo Cão por 7-3. Foi árbitro, José Adriano Borges. Seguiu-se a 6.8.1951 uma desforra a pedido da equipa derrotada e esta torna a ser vencida pelos huilanos, agora contra a equipa "B" ou "infantis" dos juniores.
Conforme recorda José Araújo (um dos hoquistas que alinhou nesse dia pela Mocidade Portuguesa de Sá da Bandeira) no forum Okário em Sanzalangola: «Os cabeças de peixe deliraram e no dia seguinte meteram mãos à obra... Menos de um ano depois defrontei uns tais Arménio Jardins, Chamengas, Minas, Mangericões, Sampaios... Bom. Resta-me dizer que os "cabeças de peixe" eram rápidos a aprender....rápidos demais para o nosso gosto..»E foi a partir deste dia que novos valores começaram a emergir no hóquei em patis moçamedense.
Mas a primeira experiência na modalidade foi feita através da criação de uma equipa (senior) do Atlético Clube de Moçâmedes que integrou, para além de si próprio, José Adriano, os seguintes elementos: Zico Cristão, Faquica Guerra, Henrique Minas , James, José Manuel Frota e António Minas (Tonico). Contudo, esta tentativa foi sol de pouca dura e logo a seguir se esboroou, por falta de competição. Mas Zé Adriano não desistiu como iremos ver mais adiante...
Foto; à baliza Artur Trindade, e à esq. Nico Maló de Abreu e Arménio Jardim
Gorados os os esforços José Adriano não perdeu tempo e voltou-se para um grupo de miúdos com cerca de 12/13 anos de idade que andavam a patinar por tudo quanto que eram passeios e nos campos do Atlético e do Casino, com vulgares patins winchester (patins de rodas finas, sem botas, ajustados aos sapatos com engates e com uma correia sobre o peito do pé, e sticks feitos com galhos de madeira , paus, etc.), e que tinham por ídolos hóquistas portugueses, como os primos Jesus Correia e Correia dos Santos, da selecção nacional, que na altura ganhara vários campeonatos do mundo seguidos, e cujos relatos, difundidos pela emissora nacional, seguiam atentamente.
Eram eles, Nico Maló de Abreu (mais tarde guarda-redes de futebol da Académica de Coimbra), Arménio Jardim, Rui Mangericão, Artur Trindade, Leston Martins, Tolentino Ganho, Chiquinho Ganho, Rui Frota, Pierino e mais alguns já esquecidos pela voragem do tempo, tendo por treinador /jogador ele próprio, José Adriano Borges.
Deste grupo nasceu aquela que na verdade foi a equipa pioneira de hóquei em patins da cidade de Moçâmedes e do distrito, a equipa da classe de juniores do Atlético que passou a usar os patins e o equipamento da fugaz equipa pioneira de seniores que haviam sido oferecidos, bem como todo o equipamento por Raúl Radich Jr (despachante oficial), outra personalidade a quem o Atlético muito ficou a dever, tal como a José Patrício Correia, industrial de pesca e conserveiro, que foi o patrono da edificação da sede daquele clube com o seu apoio material e moral, sobretudo material, graças ao qual a tornou possível, com a coboração do seu gerente Cantos de Araújo, e do seu guarda-livros, Eduardo Brazão.
Raul Radich Júnior foi na verdade o mecenas, aquele que não só contribuiu monetariamente com a totalidade do custo do equipamento (balizas, patins, sticks, caneleiras, joelheiras, bolas, camisolas, calções e meias) para que o Atlético tivesse uma secção de hóquei em patins, como deste modo contribuiu para o surgimento da modalidade na cidade de Moçâmedes. Dado o seu prematuro e inesperado falecimento, Raul Radich Júnior não viria, infelizmente, a gozar os frutos da sua dádiva, ou seja, as alegrias proporcionadas pelo hóquei do Atlético Clube de Moçâmedes que culminaram com a conquista de nada menos do que 7 campeonatos de Angola, 3 na classe de júniores e 4 na de seniores, os primeiros 3, nos anos 1962, 1963 e 1964, e os restantes 4, nos anos 1965, 1967, 1969 e 1971. Uma verdadeira proeza, com realce para o facto de o campeonato de Angola de 1965 ter sido ganho pela extraordinária «Equipa Maravilha» precisamente no ano da sua estreia na classe de séniores.
José Patrício Correia, agraciado com uma condecoração de Mérito Industrial pelo Presidente da República Marechal Craveiro Lopes, foi entre os anos trinta e cinquenta o patrono da edificação da sede do Atlético Clube de Moçâmedes com o seu apoio material e moral, sobretudo material, graças ao qual a tornou possível. Assim rezava uma imponente placa em mármore, descerrada à entrada da sede deste Clube, e que, por motivos meramente histórico-políticos acabaria por ser retirada.
Estas foram as fotos mais antigas que conseguimos. Ainda que em péssimo estado, são preciosas, porque elas representam o momento do arranque da modalidade do hóquei em patins em Moçâmedes. Não possuimos em nosso poder nenhuma foto das primitivas equipas de hóquei em patins do Atlético Clube de Moçâmedes, quer de seniores, quer de juniores, daquele que, como acabámos de referir foi o clube pioneiro da modalidade.
Temos sim esta foto da primeira equipa de hóquei em patins (juniores) do Sporting Clube de Moçâmedes, datada de 1952, bem assim como a foto que segue da primeira equipa do Independente de Porto Alexandre.
Maló de Abreu e Rui Mangericão tendo iniciado a prática do hóquei em patins na equipe do Atlético Clube de Moçâmedes, viriam a abandonar quase em seguida aquele clube para ingressar no recém formado Sporting Clube de Moçâmedes.
Esta foi a primeira equipa juniores de hoquei em patins do Sporting Clube de Moçâmedes constituida pelos dois elementos saidos do Atlético, Maló de Abreu e Rui Mangericão, por Nono Baulleth, Artur Trindade, Zico Cavaleiro, Rui Figueiredo (Rabiga) e os irmãos Quim e Carlitos Guedes. A esta equipa iria juntar-se também, Álvaro Ascenso e os irmãos Castro Alves, sendo José Pedro Bauleth o treinador (ver foto acima). Como já foi referido atrás, a primeira equipa de hóquei em patins juniores a surgir
em Moçâmedes foi a do Atlético Clube de Moçâmedes (1952), de imediato seguida pelas equipas do Independente Clube de Porto Alexandre e do Sporting Clube de Moçâmedes.
Foto tirada no campo de ténis do Clube Nautico (Casino), numa altura em que o Sporting ainda não possuia campo de jogos.
Pela equipa do Independente de Porto Alexandre, alinhavam Humberto Tendinha, Mário Lopes, Baptista, Álvaro Faustino, Hernâni Silva, Zequinha Carvalho, Venâncio, Parente, Baptista e outros já esquecidos nas brumas da memória.
Nessa altura já só existiam em Moçâmedes aquipas de hóquei em patins júnior. O primeiro jogo entre equipas de hoquei em patins júnior no Distrito de Moçâmedes foi efectuado em 1952 entre o Independente de Porto Alexandre e o Atlético Clube de Moçâmedes, e num improvisado ringue de patinagem mais ou menos defronte da Igreja (onde pregava missa o padre Serralheiro) e junto à praia, tendo saído vencedor o Atlético. Alinharam pelo Atlético: Leston Martins, Henrique Minas, Arménio Jardim, Tolentino Ganho e Pierino Nobrega, e pelo Independente de Porto Alexandre: Venâncio, Parente, Mário Lopes, Hernâni Silva, Zequinha Carvalho, Humberto Tendinha, Abel Lopes e Alvaro Faustino. Laamentavelmente os vários e grandes album de fotos que possuiamos em Moçâmedes lá ficaram e não temos qualquer imagem que tenha imortalizado esta estreia.
Mas houve outros momentos igualmente importantes dos quais restaram algumas recordações como as das fotos que seguem de um torneio realizado no pequeno campo de jogos do edifício do Cabo Submarino que podemos ver através das fotos que seguem.
Conforme recorda José Araújo (um dos hoquistas que alinhou nesse dia pela Mocidade Portuguesa de Sá da Bandeira) no forum Okário em Sanzalangola:
«Os cabeças de peixe deliraram e no dia seguinte meteram mãos à obra... Menos de um ano depois defrontei uns tais Arménio Jardins, Chamengas, Minas, Mangericões, Sampaios... Bom. Resta-me dizer que os "cabeças de peixe" eram rápidos a aprender....rápidos demais para o nosso gosto..»
8ª, 9ª , 1oª e 11ª e 12ª fotos: Um dos primeiros encontros de hoquei em patins efectuados em Moçâmedes ( 15.03.1073). Trata-se de um encontro entre as equipas juniores do Independente de Porto Alexandre e do Sporting Clube de Moçâmedes. Esta foto tem a particularidade de nos mostrar o interior do bonito edifício do Cabo Submarino, onde ficava o pequeno rink que aqui vemos.
Sobre este jogo vou deixar aqui uma curiosidade: Já quase ninguém se lembra deste bonito edifício de traça colonial, intimamente ligado à colonização do sul de Angola, em
relação ao qual se desconhece quem o projectou, bem como a data precisa
da sua construção, com detalhes ornamentais que denunciam a origem inglesa do projecto. Todo construído em ferro, era conhecido, também, como o «Chalet da Companhia Telegraphica» pela sua elegância, situação e comodidade, e assim era designado em relatos de viajantes, e foi no seu pequeno campo de jogos que decorreram alguns dos primeiros encontros da modalidade, em terras de Moçâmedes (actual cidade do Namibe). Aqui funcionou a partir do último quartel do século XIX,
uma Central de Comunicações por cabo telegráfico submarino que fazia a
ligação de Mossâmedes à cidade do Cabo, na África do Sul, e às cidades
de Luanda e Benguela no território de Angola.Ver AQUI . Segue a foto do «Chalet da Companhia Telegraphica», o Cabo Submarino, mais tarde demolido. Ficava situado a caminho
da Aguada, no lado direito da estrada que ia para as Hortas, e serviu
também de alojamento aos jovens hoquistas da equipa do Liceu Diogo Cão
de Sá da Bandeira quando se deslocavam a Moçâmedes para jogar.
Na foto: equipas do Sporting Clube de Moçâmedes e do Independente de Porto Alexandre
Uma outra curiosidade. Porto Alexandre (actual Tombwa), nessa altura ainda não possuia luz eléctrica e os jogos tinham que ser efectuados antes do anoitecer. A equipa do Atlético partira de Moçâmedes rumo a Porto Alexandre às 7 da manhã, numa carrinha de caixa aberta, com tempo de sobra para percorrer os 100 quilómetros e chegar a horas para o jogo, marcado para as 4 hs da tarde. Chegada a hora, com o campo apinhado de gente, os jogadores ainda não haviam chegado. A carrinha que os transportava na sua carroçaria, por aquela estrada de terra solta, comendo pó durante todo o caminho, partira o veio de transmissão e só chegara a Porto Alexandre 12 hs mais tarde, era já noite. No campo, ninguém havia arredado pé, e este primeiro jogo acabou por decorrer à luz de candeeiros de petromax, o que obrigava a que, de vez quando o jogo tivesse que parar para se dar à bomba aos referidos candeeiros. Nessa época, uma viagem de Moçâmedes a Porto Alexandre (100 km), em estrada de terra batida, demorava cerca de 4 horas, e se fosse efectuada na carreira da empresa de Zé de Sousa (Sousa & Irmão), chegava a levar 6/7 horas. Curioso era também o método como se efectuava o contacto telefónico em pleno deserto entre a carreira e a respectiva oficina de Sousa e Irmão, em Moçâmedes: o motorista, a meio do percurso, por volta da passagem pelo sítio que conhecido por «Buraco» (local que apresentava uma pequena depressão no terreno), saia da camioneta com um telefone na mão, subia ao tejadilho da mesma e ligava-o à linha telefónica que seguia o percurso paralelo à estrada. Estava o assunto resolvido!
A primeira equipa de Moçâmedes a jogar fora de portas em Nova Lisboa (Huambo), no ano de 1953, foi, por maioria de razão, a equipa de juniores do Atlético Clube de Moçâmedes, onde mais uma vez foram os ganhadores. A equipa do Atlético era contituida por Leston Martins, Henrique Minas, Arménio Jardim, Tolentino Ganho e Pierino Nóbrega, a mesma que havia vencido o Independente de Porto Alexandre, tanto naquela vila como em Moçâmedes.
Mas avancemos...
De um ano para outro estes miúdos deram um salto em altura, e na ausência de regulamentação adequada passaram imediatamente de juniores a seniores, passando a equipa a ser assim constituidas: 1. Atlético Clube de Moçâmedes: na baliza, Álvaro Jardim (Chamenga) em substituição de Leston Martins que se mudara para o Benfica e mais tarde para outra cidade, Henrique Minas (defesa), Arménio Jardim (médio), Tolentino e Pierino (avançados).
Paralelamente a equipa do Sporting Clube de Moçâmedes sobe a seniores, passando a ser constituida por: Rui Mangericão, Quim e Carlitos Guedes, Alvaro Ascenso, Leonel Oliveira (Briguidé), José Eduardo Pereira (Marmelete), Rui Sampaio.
Por essa altura forma-se uma nova equipa, a do Sport Moçâmedes e Benfica com Rui Coelho de Oliveira, Antonio da Silva Araújo, António Cardoso Alves, Daniel Ventura dos Santos, José Fernando Soares, Edgar Aboim, Hermenegildo Abrantes, Leston Martins, Hernâni Nunes, Emilio Teixeira e Costa Bento, entre outros.
O primeiro jogo de hóquei em patins seniores deu-se entre o Atlético Clube de Moçâmedes e uma equipa representativa da cidade de Sá da Bandeira (Lubango), tendo saido vencedora a equipa do Atlético. Sá da Bandeira possuia vários clubes praticando hóquei em patins e alguns elementos desses clubes, tais como Zeca Araújo e Carlos Fontoura (Calota), que se encontravam em Moçâmedes em férias balneares, reuniram-se, formaram uma equipa «ad-hoc» e jogaram não só contra o Atlético como também contra o Sporting . No primeiro jogo foi Atlético o vencedor. No jogo contra o Sporting, não me ocorre o resultado.
Os hoquistas de Sá da Bandeira, na altura, consideravam-se, e com justificada razão, os senhores do hóquei em patins do sul de Angola, e ficaram admirados com a habilidade e o nível alcançado pelos jovens de Moçâmedes. Sobre essa época, transcrevo aqui um texto de um dos melhores hoquistas de todos os tempos de Sá da Bandeira, o Zeca Araújo, extraido da Net de um fio, Okário, do site «Sanzalangola»: «................»
Sobre esta fase do Hóquei em patins, vou aqui transcrever, mais uma vez, as referências de José Araújo no fio OKÁRIO im Sanzalangola:
...«Finalmente, quase um ano depois, os "pungos" encheram-se de coragem e, depois de terem andado a treinar aqueles anos todos, resolveram subir a Chela. Domingo,30 de Maio de 1954.
LUBANGO E BENFICA...5...ATLETICO MOÇÂMEDES ...7...
J.Morim........................... Jardim (Chamenga)..................
J.Araujo............2.............. H. Minas..................................
Rui França........................ Armenio Jardim.................1....
F.Fragoso........................ ..Ze' Adriano........................2....
J.M.Peyroteo.....3..............Dias Ferreira......................3....
Caetano............................. Tolentino...........................1....
Ao intervalo: 1 - 5.
Apanharam-nos de surpresa, foi o que foi, com excesso de confiança...e menos de dois meses depois, em Mossamedes e mais uma vez no Domingo11 de Julho de 1954.
Campo do Atlético
Alinharam e Marcaram:
ATLETICO..............5......LUBANGO E BENFICA..5
Chamenga......................Morim...........................
H. Minas.........................Carlos Lima...................
Armenio Jardim............... Jose Araujo..............3
Ze Adriano.............2...... Rui França..................2
Dias Ferreira................... Peyroteo.....................
Tolentino...............3...... Caetano........................
Arbitro: Pinho ?
Mais uma vez nos deixamos adormecer na primeira parte que terminou 4 a 1 a favor deles. Uma segunda parte infernal da nossa parte devia ter merecido mais que o empate, mal o tal Sr. Pinho não gostava de nos...."Não deixei o meu Amigo Armenio mexer uma palha...." A gente volta.... Pois voltamos. No dia 2 de Agosto e, desta vez, para o PRIMEIRO MOÇÂMEDES/SA DA BANDEIRA INTER SELECÇÕES.. Devia ter sido Feriado porque desta vez era segunda feira. De novo, claro, no Cabo submarino, mas, pior que isso, os Dirigentes chicoronhos resolveram estrear o novo equipamento da selecção de futebol; calção preto e camisola aos triangulos vermelhos e pretos...horrivel...deu azar..
MOÇÂMEDES...............4....SA DA BANDEIRA....O ...
Chamenga.........................Jorge Hermenegildo.......
H.Minas.............................Carlos Lima...................
Ze' Adriano..................4....F.Fragoso.....................
Armenio Jardim................ Jose Araujo..........NADA
Tolentino...........................França........................
??.......................................Fontoura....................
??....................................... Peyroteo...................
Os suplentes de Moçâmedes eram uns "putos" que "nem nome" ainda tinham, uns tais Chalupas, Mangericos etc. Eu conhecia la' esses putos.... Porque raio não os deixaram jogar ????
Arbitro: João Vilares....que conhecia todos os nosso truques...pois era "chicoronho" exilado no deserto...e apontou tres penalties "indecentes"... Bem. Não quero falar deste jogo. "Não" me lembro muito bem do que aconteceu....
Por isso ficamos bastante tempo sem voltar a ter que aturar aqueles chatos. Viramos as nossa atenções para outros lados, Luanda, Huambo e Lobito....»»
(...)
E esse jogo contra o Sporting , foi logo a seguir a termos jogado contra o Atlético, a linha habitual, Chamenga, Henrique Minas, Armenio Jardim(2), Ze Adriano (1), Tolentino (2)e Dias Ferreira e termos perdido por 5 a 3. Marquei 2 e o Cabrinha (Carlos Fernandes)
Seguem algumas fotos de algumas das composições destes clubes, nesses tempos em que se avançava para a segunda metade da década de 1950...
Atlético de Moçâmedes. Em cima: Tolentino Ganho, Jorge Canelas, Hernâni Nunes e Arménio Jardim. Embaixo: Carlos Jardim, Leonélio, Alvaro Jardim e José Adriano Borges- 1954/5. Esta foi a foto mais antiga que consegui de uma Equipa de Hóquei em patins senior do Atlético Clube de Moçâmedes. Os jogadores apresentam a faixa preta no braço em sinal de luto pelo falecimento daquele que foi Director e um grande «carola» do Atlético Clube de Moçâmedes, Arlindo Cunha.
A assistência era sempre assim... Campos de jogos a abarrotar de elementos de ambos os sexos que não se cansavam de aplaudir os clubes da sua preferência...
Victórias alcançadas peloAtlético fora de portas...
4. As novas equipas na classe de seniores e os momentos gloriosos desta modalidade na cidade de Moçâmedes na década de 50
Os tempos decorridos de 1954 até 1960 (esta, a data a partir da qual começaram os campeonatos de Angola de hóquei em patins), foram tempos interessantissimos em que se viveram momentos gloriosos desta modalidade na cidade de Moçâmedes.
As equipas do Atlético, do Sporting e até do Benfica aproximavam-se muito umas das outras em termos de valores, e mantinham um alto nível de competitivo que dava gosto ver, recheadas que se encontravam de magníficos hoquistas, sobretudo os dois primeiros clubes, e os encontros rodeavam-se sempre de forte emotividade.
Os campos do Atlético e do Sporting enchiam-se de adeptos, gente de todas a idades, homens, mulheres, jovens, adolescentes e crianças que ali afluiam em massa para ovacionarem as suas equipas preferidas. Eram apenas jogos particulares entre equipas moçamedenses, numa época em que a actividade desta modalidade não durava mais que quatro meses em cada ano, e os jogadores de hóquei praticavam também as modalidades de basquetebol e até de futebol para estarem sempre envolvidos no desporto.
A modalidade de hóquei em patins do Independente Clube de Porto Alexandre durou muito pouco tempo, devido fundamentalmente à ida de Mário Lopes, Hernâni Silva, e talvez de outros, para o Liceu Diogo Cão em Sá da Bandeira, uma vez que na altura aquela vila não possuia ainda o secundário, nem Moçâmedes possuia um liceu onde pudessem prosseguir os estudos. A velha ideia, de que a Escola Pública deveria estar em consonância com as actividades comerciais e industriais das cidades prejudicou os nossos jovens, que muito cedo se viam obrigados a abandonar o seu lar e a sua cidade para prosseguirem os estudos noutras localidades.
Em 1960, dão-se em Luanda o primeiro campeonato de hóquei em patins de Angola, na classe de seniores. Nesse primeiro campeonato, coube ao Sporting Clube de Moçâmedes a representação da cidade do Namibe, com uma equipa constituida por Calo, Briguidé, Carlitos e Quim Guedes, Rui Sampaio e Rui Mangericão. Participaram nesse campeonato, para além do Sporting, as equipas da Casa do Pessoal do Porto do Lobito, do Hoquei Clube do Huambo e do Sport Luanda e Benfica. O clube vencedor foi o Benfica de Luanda, consagrando-se deste modo para a história do hóquei angolano como o primeiro campeão de Angola da modalidade. O Benfica de Luanda era constituida por Roque (baliza), Marques (defesa) Fernando Cruzeiro (campeão mundial pela selecção nacional), Arménio Jardim (que se encontrava na altura em Luanda, em serviçoo militar) e Filipe (avançados).
Importa referir que nessa altura, o Atlético Clube de Moçâmedes estava sem equipa de seniores de hóquei em patins. Os primos Jardins, Carlos (que entretanto entrara para a equipa), Arménio e Álvaro (Chamenga) haviam partido para a tropa, o Arménio para Luanda, onde passou a alinhar como já referido atrás pelo Benfica da capital, o Chamenga para Nova Lisboa (Huambo), onde passou a alinhar pelo Benfica, enquanto Henrique Minas e Zé Adriano acabaram naturalmente por se afastar. Aliás, o período que decorreu entre 59 /60/61, foi um período em que o hóquei sénior moçamedense praticamente desapareceu com a ida para a tropa da maioria dos jogadores dos três clubes da cidade, como foi também o caso dos jogadores do Sporting Clube de Moçâmedes, Quim Guedes, Carlitos Guedes, Rui Mangericão, Leonel Oliveira (Briguidé), e de Rui Sampaio. Chamenga e Mangericão, enquanto na tropa em Nova Lisboa (Huambo), passaram a alinhar pelo Benfica daquela cidade e mais tarde, já em Luanda, pelo Maianga. Quando terminou o serviço militar, a maioria deles não regressou a Moçâmedes, como foi o caso de Rui Mangericão, Carlos Jardim, Àlvaro Jardim (Chamenga), Carlitos Guedes, Castro Alves, e os que regressaram à sua cidade, como Quim Guedes, afastaram-se definitivamente.
Entretanto começa a surgir uma nova «fornada» de futuros jogadores, e novas surpresas vinham a caminho para o glorioso Atlético ...
5. OS NOVOS VALORES: a classe de juniores do Atlético na 1ªmetade da década de 60. A ascenção e a queda da famosa «equipa maravilha»
O Atlético Clube de Moçâmedes mais uma vez descobre um grupo de miúdos que andavam a patinar pelas pelas ruas da cidade, fazendo corridas com patins e que tinham como seus 'heróis' os hoquistas bons do Atlético e do Sporting Clube de Moçâmedes. Este grupo coeso conseguiu reunir todas as condições que motivaram o aparecimento da célebre equipa "MARAVILHA", sobre a qual irei relatar vários episódios.
Esta equipa do Atlético Clube de Moçâmedes, constituida por um grupo de «meninos prod'ígio» para a prática da modalidade, ganhou nada mais que 4 campeonatos de Angola seguidos, dos de 1962 , de 1963 e de 1964 como juniores, e o de 1965 quando subiram a seniores, caso único na história do hóquei em patins angolano. Era constituida por Orlando Santos (Camona) e Carlos Brazão (Touro) como guarda-redes; Rui Minas e Mário Graúna, como defesas; Laurindo Couto, como médio e Laurentino Jardim (Tininho), Carlos Chalupa e Eloy Craveiro, como avançados tendo como suplentes Leonel Fernando Pita de Sousa, Daniel Couto e João Latinhas. Foram seus treinadores no decurso desses anos, José Adriano Borges, Arménio Jardim, Rui Coelho de Oliveira e Àlvaro Vieira Ascenso.
Foi de facto uma proeza o facto desta equipa ter chegado ao fim de tantas competições sem ter sofrido uma única derrota, o que revelava uma esmagadora superioridade sobre as restantes equipas. O Atlético encontrava-se bem preparado e com um grande espírito de equipa e os briosos rapazes eram o orgulho da cidade. À sua chegada a Moçâmedes inúmeras pessoas os aguardavam no aeroporto onde fora dispensada uma calorosa recepçãoo, tendo em seguida, em várias viaturas, percorrido as ruas da cidade, por onde foram saudados e aclamados. Uma singela homenagem para um feito tão elevado! Não porque os tetra-campeões não merecessem mais. Simplesmente, em rigor, tal proeza não se enquadrava com a situação do Clube que se encontrava em luta pela sobrevivência, sem uma ajuda mínima que fosse do Governo Civil do Distrito, da Autarquia local e restantes forças possidentes da cidade, abjectamente insensíveis para esta coisa maravilhosa que é o desporto juvenil. Era esta, aliás, a situação dos clubes desportivos nesse cantinho de Africa, essa Africa que ao longe era vista como a da vida fácil, a da mítica «àrvore das patacas», e que afinal era assim que se comportavam aqueles que mandavam e podiam, em relação à causa do desporto, e não só!
Dir-se-ia mesmo que a equipa MARAVILHA estaria predestinada a grandes feitos maiores não fora o facto de ter sido cerceada pelas «malhas que o império tece» quando por inteiro é chamada a prestar serviço militar...
Abro aqui um parentesis para referir que nos Campeonatos de Angola de 1962, realizados em Nova Lisboa (Huambo), enquanto a equipa de hóquei de juniores do Atlético Clube de Moçâmedes se estreava e vencia o seu primeiro campeonato de Angola, a equipa dos seniores de hóquei do Atlético ficava em 2º lugar, e, curiosamente, a equipa de juniores de basquetebol do mesmo clube se sagrava campeã de Angola na modalidade. Importa referir, também, que no ano de 1963, a equipa de seniores do Atlético sobrevivia apenas com o veterno Arménio Jardim e alguns elementos recém chegados à equipa, como Arménio Minas, Guto de Oliveira, Raul Jardim (Baia) e outros apaixonados pelo hóquei. E ainda que, com o serviço militar prolongado por força da guerra, o hóquei sénior acabaria por se esboroar por completo em Moçâmedes, desaparecendo do Atlético, do Sporting e do Benfica. A esperança residia na passagem da EQUIPA MARAVILHA, de juniores para seniores, e isso veio a acontecer em 1965.
6. OS JUNIORES DO ATLÉTICO ASCENDEM A SENIORES
No ano de 1965, os juniores do Atlético Clube de Moçâmedes ascenderam à categoria de seniores e venceram o Torneio Quadrangular das Festas do Mar de Moçâmedes, goleando fulminantemente todos os adversários.
Casa Pessoal Porto do Lobito 16 - 3
Ferroviário de Nova Lisboa 8 - 1
Sporting da Maianga -Luanda 6 - 2
Marca total 30 - 6 Média por Jogo 10---2
A seguir, nesse mesmo ano de 1965, esta equipa vence o seu primeiro campeonato de Angola, como seniores, ganhando todos os jogos disputados. Faziam parte da equipa maravilha seniores: Laurentino Jardim, Carlos Chalupa, Couto e Camona, tendo como suplentes, Mário António (Grauna), Brazão e Eloi Craveiro.
Em face de tão retumbantes vitórias, esta equipa do Atltico Clube de Moçâmedes, considerada a melhor de Angola, pretendia exibir-se na Metrópole e disputar o Campeonato Nacional (ou taça de Portugal), onde as equipas vencedoras de Angola e de Moçambique deveriam estar presentes. Contudo, chegara para a «equipa maravilha» senior, a hora do serviço militar. Uma situação que a Direcção do Atético se esforçou por contornar através de uma exposição feita ao Ministro do Ultramar e que mereceu a sua concordância. Porém, e infelizmente, a TAP não dispunha de vagas nos seus vôos... O Ministro, para compensar, prometeu que iria a Moçâmedes a equipa que vencesse em Lisboa para jogar contra o Atlético. E foi o que aconteceu assim no ano de 1965. O Malhangalene de Moçambique, a equipa vencedora, foi a Moçâmedes confrontar-se com os aguerridos rapazes, e, escusado será dizer-se que a jovem equipa do Atlético foi mais uma vez a grande equipa vencedora, e agora pelo esmagador resultado de 6-1 .
No ano de 1966 com a saída em massa dos elementos da jovem e recém formada equipa, decorrente das exigências da guerra colonial, o Atlético Clube de Moçâmedes deixou de ter qualquer representatividade na modalidade de hóquei em patins. A «equipa maravilha senior» acabara por se desmantelar para sempre. ficando dela e destes talentosos jovens, a triste recordação de uma carreira que acabaria por ter tanto de fulgurante como de demasiado rápida.
Nesse ano foi o Sporting Clube de Moçâmedes, que com uma equipa constituida «ad-hoc» representou a cidade no Campeonato de Angola seniores, porém, também ela já sem os veteranos que constituiam a espinha dorsal da equipa, a maioria dos quais, após o serviçoo militar, não regressou a Moçâmedes.
7. O ATLÉTICO RENASCE DAS CINZAS : a nova equipa de hóquei seniores
Entretanto, em 1967, a equipa de hóquei em patins seniores do Atlético Clube de Moçâmedes começou a renascer das cinzas. Uma nova equipa é formada, pela qual passam a fazer parte: o veterano Arménio Jardim, Carlos Chalupa (o único sobrevivente, na altura, da «equipa maravilha», então na tropa em Moçâmedes), Rui Sampaio, Leonel Oliveira (Briguidé) e Álvaro Ascenso, tendo como suplentes Jorge Chalupa (Ginho), Margareth, Psico, Tony, Vasco Luz , Sérgio Rodrigues e Leitão. É esta equipa que vai a Nova Lisboa (Huambo) disputar o campeonato de Angola de hóquei em patins e que eleva de novo o Atlético Clube de Moçâmedes à categoria de campeão de Angola, proeza efectuada após uma meia dúzia de treinos. No mesmo ano, a equipe de hóquei do Atlético vai disputar pela 1.ª vez disputar o Campeonato Nacional de hóquei em patins em Lourenço Marques, tendo sido integrado na equipa um outro sobrevivente da saudosa «equipe maravilha», Laurentino Jardim, então em licençaa do serviço militar que estava a fazer em Sá da Bandeira (Lubango) . Ganhou o Sport Lisboa e Benfica. Couto, enquanto no serviço militar havia sofrido uma lesão no joelho, que o afastara do hóquei para sempre.
Até 1967, os jogos eram normalmente disputados em Luanda, Lobito e Nova Lisboa, com prevalência e vantagens para Luanda, ficando Moçâmedes sempre de fora. A partir de 1968, os campeonatos mudam de metodologia e passam a ser disputados em duas mãos, um jogo em casa, outro fora. Foi a partir daí que os moçamedenses começaram a ver o Atlético Clube de Moçâmedes jogar com equipes de fora na sua terra, tais como o BCA, o Sport Luanda e Benfica, o Ferrovia, etc., e passaram a viver a glória do hóquei em patins.
Em 1968, o Atlético vai disputar o campeonato de Angola de hóquei em patins, tendo alinhado Laurentino, que metera uns dias de licença no serviço militar, Carlos Chalupa, Álvaro Ascenso, Ginho Chalupa e Leonel Oliveira (Briguidé). O Atlético tinha necessidade vencer este jogo para se tornar novamente campeão de Angola, mas acabou por ter conseguido um empate no último jogo realizado em Moçâmedes, dando a vitória ao Benfica de Luanda.
Em 1969, com Arménio Jardim e os sobreviventes da «equipa maravilha» reduzida à dupla Chalupa e Laurentino Jardim, Leonal Oliveira (Briguidé), Alvaro Ascenso e os suplentes Ginho Chalupa, Eloi Craveiro, Mário Graúna, Moura (Psico), Nito Freitas e Camacho, o Atlético Clube de Moçâmedes iria alternadamente ganhar, nos anos de 1969 e 1971 os campeonatos de Angola de hóquei em patins.
Finalmente, em 1972, com a partida de Carlos Chalupa e de Laurentino Jardim para as equipas do Banco Comercial e do Benfica de Luanda e o afastamento definitivo de Arménio Jardim, chegam ao fim os tempos aureos de glória do Atlético e do hóquei patins de alto nível em Moçâmedes.
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MNJardim
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Para que todos nomes dos hoquistas moçamedenses possam, sem falha, ser lembrados neste blog, transcrevo a seguir a lista dos nomes invocados por ocasião da homenagem que lhes foi feita no decurso do 7º Encontro dos antigos alunos das ECIM e ECIIDH, pelo organizador e nosso conterrâneo, Walter Frota:
«... Pensei cá para comigo. Dei conhecimento da homenagem aos Basketebolistas, vou continuar, agora com a efectuada aos Hoquistas feitas o ano passado no 7º Encontro da Escola.
Espero que seja uma boa recordação... em capitulos.
Capitulo I
HOMENAGEM AOS HOQUISTAS DE MOÇÃMEDES (10/05/07)
No ultimo Convívio na Charneca da Caparica, em 2 de Junho de 2007, prestámos Homenagem às nossas Basketebolistas, ao Basket Feminino da nossa Cidade. Lembrámos tantas raparigas, grandes jogadoras, que nos deram tantas alegrias no campo Desportivo.
Hoje, vamos prestar HOMENAGEM e lembrar os praticantes duma modalidade, que tornou a nossa Cidade conhecida e respeitada por toda a Angola, no HOQUEI EM PATINS. Quem não se lembra dos Campos, do Atlético, do Sporting e do Benfica a abarrotar de gente, para apoiar as nossas equipes, gente apaixonada por esta modalidade.
Então, quando eram os Campeonatos Provinciais, contra as equipas de fora, meu Deus&.
Pedi a colaboração do nosso conterrâneo e Amigo Orlando Santos (Camona para todos nós), que logo se prontificou, tendo ele diligenciado junto duma figura grande do Hóquei, o Arménio Jardim, que conjuntamente com a esposa Nidia Almeida, têm um trabalho feito, digamos, histórico, dessa matéria.
Tive autorização para reduzir, acrescentar e adaptar à intenção com que esta Homenagem é prestada neste particular momento, que é o nosso Encontro Anual da Escola.
Transcrevo e refiro aqui, muitas dessas memórias , curiosidades até, que o tempo quasi que apagou da nossa memória.
(...)
Capitulo V
Aqui vai a lista dos praticantes:
Jose Adriano Borges
Zico Cristao
Faquica Guerra
James
Jose Manuel Frota
Henrique Minas
Ant¢nio Minas (Tonico)
Nico Malo Abreu
Armenio Jardim
Rui Mangericao
Leston Martins
Tolentino Ganho
Chiquinho Ganho
Rui Frota
Pierino Nobrega
Alvaro Jardim (Chamenga)
Carlos Jardim (Carlitos)
Armenio Minas
Quim Guedes
Carlitos Guedes
Carlos Castro Alves
Jose Castro Alves
Nono Baulleth
Artur Trindade
Alvaro Ascenso
Rui Sampaio
Calo
Leonel Oliveira (Briguide)
Leonídio Proença
Carlos Ventura
Manuel João Coelho
Marmelete Pereira
Rui Coelho
Emilio Teixeira
José Luís Proença
José Araújo
José Soares
Zé Abrantes
Julio Vitor
Edgar Amboim
Joao Bola
Alexandre van der Kellen (Lecas)
José Tinoco La
Jorge Chalupa
Carapanta
Florindo Mendes
Cardoso Alves (Gargalinhos
Continua
Capitulo VI e último
Lurdino Tendinha
Beto Beradinelli
Luís Bonvalôt
Jorge Camacho
Matos Mendes (Cuanhama)
Eloi Malaquias
Englema Duarte
Guto Oliveira
Jose Luis Agostinho
Nicolau
Orlando Rodrigues (Lando)
Hernâni Nunes
Psico
Rabiga (Irmaos)
Rogerio (Latinhas)
Ruca
Russo
Sergio Rodrigues
Vasco Luz
Vitor Rodrigues
Alexandre Van der Kellen (Bucha)
Rui Caetano
Soares
Salvador/ Formosinho/Delmar/Rui Moutinho/Faísca
Raul Santos
José Escudeiro
Jorge Herlander
Walter Sequeira
Balula/ Nelo Coutinho/Seporite/Faia
Jorge Abrantes
PicaLimas
Toninho Santos (por desconhecimento, não o referimos na homenagem, mas agora, é aqui na Sanzala, evocado legitimamente).
Por ultimo a equipa maravilha :
Orlando Santos (Camona)
Carlos Brazão
Rui Minas
Mário António Graúna
Laurindo Couto
Laurentino Jardim
Carlos Chalupa
Eloi Craveiro
Daniel Couto
Leonel Pita de Sousa
João Latinhas
Raul Jardim (Baía)
Para alem dos treinadores já referenciados, acrescento os nomes do Vilares, Matos Mendes (Cuanhama), Veríssimo, Nunes Andrade e Dias Ferreira.
MUITO OBRIGADO A TODOS E PEDIMOS DESCULPA SE, OMITIMOS INVOLUNTARIAMENTE ALGUÉM.
Walter Frota » Fim de citação.
MariaNJArdim
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