domingo, 8 de setembro de 2024

TÉNIS (Lawn-Ténis) em Moçâmedes




1ª foto: Rogério Trindade, campeão de Angola em 1937
2ª  foto: Torneio de ténis no complexo desportivo do Benfica integrado nas Festas do Mar e Março de 1970. Rogério Ferreira Trindade, campeão do Torneio recebendo a respectiva taça das mãos do Encarregado do Governo do Distrito de Moçâmedes, acompanhado do Presidente da Câmara Municipal de Moçâmedes.

3ªfoto: Jorge Ressurreição Rocha, ex-tenista moçamedense e ex-campeão de Angola, homenageado em Março de 1970, estando presentes o Encarregado do Governo do Distrito de Moçâmedes, acompanhado do Presidente da Câmara Municipal de Moçâmedes.


TÉNIS (Lawn-Ténis)

Levava.se a sério, em Moçâmedes, a prática desta modalidade, principalmente até à década de quarenta (século XX), pressupostamente por a cidade estar dotada de alguns "courts de ténis apropriados, e criou-se, por nãoo existirem outras alternativas desportivas sendo o o futebol. Ali foram formados vririos campeões, reconhecidos não só em Angola mas tanbém internacionalmente, para gaudio dos seus apaixonados adeptos.

A dedicação e a determinação dos respectivos atletas levava-os à concretização dos sonhos de uma jovem cidadade com justificadas ambições em todos os campos.

Fascinados pela elegância deste desporto e pela incluso da modalidade nos jogos olimpicos, desde 1896, com acompanhamento entusiástico, alguns jovens da geração de ouro (décadas de trinta e quarenta) preparavam-se intensamente, até ao desejável conquista do pódio.

Por ser uma modalidade considerada selecta, o número de atletas praticantes foi sempre reduzido, comparado com os desportos colectivos.
Eram frequentes os torneios de "singulares" e de "duplos", de ambos os sexos, e não eram poucos os torcedores que extravasavam as suas emoções.

Antes da criação da Federação Internacional de Ténis - FIT, em 1928, e a consequente profissionalização, em Moçâmedes continuou existindo o amadorismo puro, não obstante o somatório de sucessos dos seus tenistas.

No ano de 1939 o campeonato de Angola integrou alguns tenistas procedentes de Portugal, Domingos D'Avillez, António Calem, Nicolau de Almeida e Eduardo Ricciardi, figuras de relevo no ténis portugues. Neste ano os representantes do Continente evidenciaram inegáavel superioridade, tendo sido finalistas Avillez e Ricciardi, que este ganhou com mérito.

Destacamos alguns destes mitos e pioneiros, todos naturais de Moçmedes-Angola, de geração de ouro, imortaliuzados pelas suas retumbantes e memoráveis vitórias:
 

ARTUR FERREIRA TRINDADE
 
 
Venceu os dois primeiros campeonatos de Angola, nos anos de 1934 e 1935 em singulares. Também vitorioso noutros torneios importantes e líder desta modalidade em várias épocas. Na variante de "pares" ganhou algumas competições destacadas, fazendo parceria com o irmão Rogério.

MARY MOTA

Igualmente a primeira campeã de Angola e vencedora de muitos torneios em algumas épocas.

JORGE RADICH
Um dos principais valores de ténis angolano - 4 vezes campeão de Angola em pares mistos, 7 vezes vencedor da "Taçaa Bulock". Vencedor de 29 troféus e considerado o tenista angolano com o maior número de campeonatos ganhos.

ROGÉRIO FERREIRA TRINDADE
 
Nasceu em Mossãmedes no ano 1919 e começou a praticar ténis com 15 anos de idade, tendo recebido ensinamentos básicos, de técnica e táctica, da parte do seu irmão Artur, então praticante de excelente nível Campeão de Angola uma vez, em 1937, além de detentor de títulos em competições relevantes realizadas naquele território, inclusivé na variante de "pares", de parceria com o seu irmão Artur Ferreira Trindade.
 

JORGE DA RESSURREIÇÃO ROCHA


Campeão de Angola no ano de 1946 e também de outros torneios importantes. Sobre este atleta, correcto e de enorme valia, o comentarista, Carlos da Cruz Almeida, ao serviço da Radio Difusora do Lobito - CR 6 AA-, disse em 1947:"Desportista-Tipo,  o homem de porte correcto e hábil na prática desportiva, espécie rara em Angola".
 
Aqueles que o conheceram como desportista polivalente, na prática de futebol (No Lobito Sport Clube e no Sport Lisboa e Luanda), ténis, atletismo, natação e outras, sabem bem o quanto é merecedor dos elogios patenteados, pois este desportista sempre conservou imaculado o ideal em prol do desporto do Desporto, na perfeita acepção da palavra.
 
Outros tenistas, como RAÚL RADICH JUNIOR, EDUARDO FERREIRA TRINDADE, MAURÍCIO DE ANDRADE, MÁRIO DA RESSURREIÇÃO ROCHA, entre outros, também honraram o ténis moçamedense, com a grandeza das suas brilhantes actuações e vitórias.

A homenagem a todos estes desportistas mooamedenses dedicados ao "ténis", não é um mero agradecimento pelos sucessos desportivos consagrados. Terra onde nasceram, mas sim a perpetuação dos seus nomes como gloriosos filhos que a honraram.
É um dever fazê-la!
Olvidar seria renegá-los!
 
 
MARIANJARDIM 
 
 
Créditos:  Livro "Memórias Desportivas" de Mário Guedes da Silva

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020


quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Cerimónia da distribuição dos prémios, no aniversário do Banco de Angola


Esta foto representa a cerimónia da distribuição dos prémios (taças e medalhas) por ocasião das festividades do aniversário do Banco de Angola , na Agência de Moçâmedes, que incluiam várias modalidades desportivas, como  torneios inter-bancários de voleibol, futebol de salão, pesca desportiva, torneios de xadrez e ping-pong, rali, e culminavam com um jantar de confratrenização.  Na imagem, da esq para a dt o : o Gerente do Banco de Angola, Daniel Gavino Dias, os bancários  do BA, Arménio Aires da Silva Jardim, Abel José Martins, podendo ver-se atrás,  José Trindade, em  representação do "Jornal o Namibe", e à dt. Pisoeiro, Gerente do Banco Pinto & Souto Mayor, e Laurentino da Silva Jardim, do mesmo Banco. Início dos anos 1970.

Equipe de futebol do Atlético Clube de Moçâmedes 1939/40



Ano 1939/40. Atlético Clube de Moçâmedes. De cima para baixo e da esq. para a dt: Em cima:
João Pinto, Mário R. Rocha, António Cochat, Fernando Maurício e Armindo Alves de Oliveira (Espinha)
Em baixo: Maia, João Teixeira da Silva, Vidro, João Martins, José Gomes Almeida e José Dolbeth e Costa.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Circuitos automóveis em Moçâmedes


Na foto: Rui Torres, vencedor do 1º Rally do Lubango em 1953, ostentando os seus troféus.


As décadas de 40 e 50 d0 século XX foram férteis no âmbito desportivo moçamedense, em função do progresso económico do Distrito. A criação de um "sector desportivo" no âmago do Rádio Clube de Moçâmedes, especialmente dedicado ao desenvolvimento ao "automobilismo" e aproveitando-se das qualidades da Terra, trouxe muitos momentos de júbilo, independentemente dos reais benefícios para o turismo do Sul de Angola.

 
Foi no início da década de 50 que se deu o despontar o desporto automobilístico no Distrito de Moçâmedes. Nesses tempos participavam carros de turismo de diversas marcas e níveis de preparação, e até carrinhas de caixa aberta, todos disputando as provas e correndo juntos, sem distinção. Corria-se porque se gostava, por amadorismo, e os carros com que se corria eram os mesmos do dia a dia e até os pneus eram os mesmos, fosse qual fosse o seu piso. Mais tarde as pistas angolanas evoluiram com novas aquisições, entre as quais se salienta o Porsche 904 GTS adquirido por Henrique Ahrens de Novais etc., e na década de 70, as provas eram já divididas em "corridas" distintas de pilotos consagrados e de pilotos iniciados.  



O primeiro campeonato de automóvel de Moçâmedes realizou-se em 1955, com inexcedível entusiasmo, atribuindo-se três classes -A,B,C-, de acordo com a cilindragem dos automóveis concorrentes, em número de dezasseis.



A classificação final ficou assim ordenada, exclusivo duas desistências dos concorrentes, Artur Ferreira Trindade e Eng. Ventim Neves:
Classe A:
1. Fernando Veloso de Oliveira
2. Mário Baptista de Sousa
3. Rui Duarte de Mendonça Torres
4. Rogério Baptista de Sousa
5  José Martins Cristão Junior

Classe B:
1º Gaspar Gonçalo Madeira
2º Fernando Pereira Cabeça
3º Mário António Trabulo

Classe C:
1º Artur Homem da Trindade
2º Dr. Mãrio Moreira de Almeida
3º Dr. Garcez Palha
4º Alberto Ferreira da Silva
5º Engº Romero Monteiro
6º Firmino José Parrança

Classificação final global (por índice de aproveitamento):
1º Artur Homem da Trindade
2º Engº Romero Monteiro
3º Gaspar Gonçalo Madeira
4º Artur Ferreira da Silva
5º Fernando Veloso de Oliveira
6º Fernando Pereira Cabeça
7º Dr. Garcez Palha
8º Mário Baptista de Sousa
9º Firmino José Parrança
10º Rui Duarte de Mendonça Torres
11º José Martins Cristão Júnior
12º Dr. Mário Moreira de Almeida
13º Mário António Trabulo
14º Rogério Baptista de Sousa

Foi o primeiro passo da modalidade, nomeadamente «puzle», «rallys», em especial integradas nas Festas do Mar, cada vez mais equilibradas e com melhor qualidade dos respectivos carros.

 
O primeiro «Rallie» foi concretizado no ano de 1958, a que se deu o nome de «Rallie do Caraculo», com organização impecável, tendo sido a directório da prova confiada a José Martins Cristão.


O perfil do centro da cidade de Moçâmedes prestava-se a estas provas, mas anualmente os circuitos beneficiavam de justificadas e oportunas correcções.




 
No «Rallie do Caraculo» o directório da prova  foi confiado a José Martins Cristão, que aqui vemos de costas para a objectiva
 

 

 


Estas são as fotos mais antigas que consegui, desta modalidade em Moçâmedes. Creio que se trata do Rali do Caraculo, em 1953

No início as  provas decorriam ao longos das ruas da Praia do Bonfim e Rua Bastos, circundado a Avenida da República. Mais tarde passaram a decorrer na Avenida Marginal...
Mais tarde as provas passaram a ser efectuadas na marginal, após o desmantelamento das primitivas pescarias, a construção do cais acostável e da estrada marginal


Mas realizavam-se também provas ma parte alta da cidade, próxima do Parque Infantil...




                            Henrique Ahrens de Novais, entre Dina Chalupa e Jaime Lúcio dos Santos.

Nesta altura, o idolo dos moçamedenses era o Ahrens Novais...


O circuito das «Festas do Mar», em Moçâmedes, em 30 de Março de 1969, em que participaram os melhores «volantes» angolanos, foi ganho pelo moçamedense Henrique Aharens de Novaes, em 2º o corredor Corte Real e em 3º Silveira Machado.

A representaçãoo de Moçâmedes em provas de velocidade realizadas noutras localidades de Angola, passou a estar nas mãos do corredor Henrique Ahrens de Novais, especialmente, e de António Costa e Silva (Moinhos), eventualmente, que somaram alguns alguns êxitos.

Fica aqui o registo do panorama e dos que deram impulso a este desporto de elite, cativante de uma populaçãoo animada e alegre, atenção ao derradeiro momento da presençaa portuguesa em Angola.





Ahrens de Novaes no podium





Lá mais para diante os bólides eram outros...










































































Marilia Cavaco